passaram mil noites desde que as palavras
cavalgaram nas praias do verão
e das pegadas largas e livres que ficaram na areia
molhada resta apenas espuma
velhos são os versos em ruínas que uivam no fundo das noites escuras das gavetas esquecidas
velhos são os versos em ruínas que uivam no fundo das noites escuras das gavetas esquecidas
a fénix sem chama e esfomeada
sem voo e sem gritoé o triunfo dos desmaios
a vitória do que nunca foi escrito e do silêncio exacto dos adiamentos
prevalecem os rumores tímidos da
inspiração e algumas rimas perdidas
como aqueles fogos que reatam antes de se esvaírem em penumbra e sombra e breu e cinzas de solidão
escreve como se ninguém ouvisse
pois na verdade
ninguém está a ouvir
escreve como se ninguém ouvisse
pois na verdade
ninguém está a ouvir
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