nos silêncios densos da solidão

então
fazes escala entre palavras
voas nos silêncios densos da solidão
e aí quando não há alma que se aviste
e somente o eco quieto do abandono ecoa
encontras-te de novo
e de mãos caídas sobre a noite
os olhos a vibrar pelo infinito
mordes esta coisa de estar por aqui
sangras-te e salivas com o espasmo a percorrer-te o ser
não podes estar mais vivo nem mais poético do que agora

mesmo quando o agora dura um nada