aos poucos as nuvens atravessam todo um céu demasiado azul para que azul seja mesmo
reina uma brisa quase muda e cuja textura ao deslizar na face lembra a pele de um pêssego maduro
as tais árvores que caem nas florestas desertas desconhecem ainda hoje se produzem ou não um som
e eu pergunto-me por que cairia uma árvore numa floresta deserta
ou por que razão havemos nós de ter lábios e línguas e olhares que não seja para termos sede e fome e arrepios por dentro da alma como terramotos imensos derramados em versos tão longos que não chega um só fôlego para o declamar nem chega um horizonte inteiro de página para o estender num traço apenas
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