no périplo dos teus textos não existe
destino
e a origem data de um pretérito tão remoto
que as leis das coisas ainda não tinham sido inventadas
remóis
por isso
os mesmos textos uma e outra vez
não escreves nada de novo
tudo é um revisitar dos mesmos versos e
das mesmas vertigens
as mesmas quedas nos gritos que soltas até
acordares em suores de outras peles e poros
a par de outros quixotes perdidos desta
vida
embarcas nessa missão ingrata de seres tu
mesmo e não um outro qualquer
os franceses usam a expressão malgré toi
apesar de ti e desses seres que te possuem
a alma e a fazem estremecer até à síncope derradeira de um parto poético
frágil e tosco e recém-nascido mas já
perto do fim
do último suspiro
até repetires a sina
até ao infinito
até sempre
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