dia 15 - o eremita

semeou no mais árido dos campos a última das suas lágrimas
esperou mil anos até que uma onda brotasse do chão e inundasse tudo até ao horizonte
enquanto esperou teceu mantos de sol e de vento
era eremita e mudo
falava por gestos lentos que duravam sombras e penumbras
encontrava-se por vezes com os fantasmas do amor mas não lhes ligava
preferia a solidão dos grãos de areia e mergulhar as mãos nas praias do sonho

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