dia 299

procurei os versos onde os tinha deixado
já lá não estavam

até hoje não voltaram

imagino que um dia batam à porta
talvez
talvez não

se voltarem não sei se lhes perdoo
mas não sei se os vou culpar também

compreendo que quando se é poema
a fuga é um apelo tentador
como aquelas traças nocturnas que se lançam num candeeiro 

Sem comentários: