dia 286

fez o luto dele mesmo
enterrou simbolicamente o corpo num grande prado irreal
vieram os amigos imaginários despedirem-se

encurralado na falsa morte que inventou
escolheu mudar de aparência
mas o espelho devolvia-lhe o mesmo espírito de sempre

conformou-se
não valia a pena morrer

deixou-se ficar
vivo até para lá do esquecimento

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