dia 143

ainda há silêncios que desconheces e que respiram na noite

por muitas madrugadas que seduzas
há sempre algo de ambíguo no corpo das luas e das estrelas

e enquanto o sono não chega
há sempre algo que te arrebata e que desponta ao de leve o pasmo

seja o que for
o mar ou o abanar dos vidros por um carro passar
ou uma música inesperada ou a pura desinspiração no momento de escrever
ou
no pior dos casos
o copo vazio sobre a mesa

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