dois versos escritos ao mesmo tempo
diferentes à nascença mas ligados entre si
embora cada um em seu caderno
o emaranhado quântico (a célebre acção fantasmagórica à distância que assombrou Einstein)
explica
se não me engano
que no exacto momento em que um dos versos é lido
instantaneamente a ligação que partilhavam deixa de existir
o fantasma reside em vários assombros
quer na ideia de que se a leitura não se fizer a ligação permanece intacta e eterna
quer no paradoxo de que na eventualidade de um deles ser lido a ligação nesse preciso momento se desfaz
quebrando assim a premissa de que nada viaja mais rápido do que a luz
contemplar estes conceitos enleia a mente
e talvez nessa teia de incongruências
a única regra que remanesça seja a poesia silenciosa do que nunca é sequer escrito
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