dia 139

as muralhas já só protegem velhos ventos de memórias ténues
as ervas avançaram há muito sobre os muros e os restos das casas
toda a cidade é somente um esboço de um sonho
um resto de uma ideia

e à tarde
quando o sol desce no horizonte
por um instante num jogo de luz fugaz
o burgo renasce e reergue-se imponente aos olhos de quem olha

esse vislumbre dura um segundo
até de novo tudo ser escombros e lembranças baças
rascunho de um conceito ou a voz que dita poesia

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