com este eco primordial a desfocar levemente as coisas quando o olhar se atira ao longe
como uma interferência no ecrã da vida
um leve estremecer do ser como nas miragens do deserto
este visco quase invisível a escorrer dos dias e noites e que se cola por dentro e à volta de nós?
moldá-lo com a alma?
domar esse plasma metafísico para que faça sentido saber ao que vem?
e ao que vem mesmo?
dizer-nos que trepida e freme sob a tensão do incomensurável
que há mais do que aquilo que os sentidos descobrem
mais tempo dentro do tempo
mais lugar dentro dos lugares
mais silêncio na quietude absoluta
mais versos e palavras e invariavelmente mais poesia?
ou virá porque é de sua natureza
porque é de seu âmago emanar do invisível como um uivo de libertação
e dizer-nos a nós deste lado
também vou sendo
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