dia 357

a sombra vincada na parede esfuma-se em penumbra até entrar de vez na luz
e o que foi perde-se na luminescência e na poalha brilhante da claridade

curiosamente o contrário não acontece
a luz não se perde no breu
ela apenas se cala
e mesmo quando se apaga
um eco cintilante retine nos confins dos devaneios

uma faísca dura eternidades
mesmo se fugaz
tatua-se na retina do soterrado
nunca o abandona
nunca o deserta
permanece
insiste numa teimosia inamovível

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