dia 353

a água brotou por entre as pedras
vinda de uma mina profunda
invisível aos olhos mas viva na alma das gentes dali

e era pura
límpida como as manhãs frias e de sol no inverno

escorria pelas mãos seguindo as linhas da sina
como que um dilúvio desabando sobre o futuro aí escrito

no fim
as mãos sem rugas
lisas
o porvir oculto e indecifrável
ilegível até para o maior dos adivinhos


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