Disse-me o meu pai uma vez que a melhor escola para um escritor é a biblioteca. O sentido de tal afirmação entende-se facilmente: ler e ler muito para poder tentar escrever depois.
Mas a dita frase é aqui colocada apenas por uma razão (de toda as almas vivas no mundo, somente a presente e mais uma poderão alcançar. Imaginemos a vertigem de tal coisa). Razão essa que é a palavra biblioteca. E à razão e à palavra voltarei em breve, mas, primeiramente, convém dizer que, ao fazê-lo, quebro a regra sagrada que me impus na minha relação com a escrita. Regra essa que fica muda e secreta.
Porquê então a palavra biblioteca? Porque amanhã, ou hoje (ou daqui a mil eternidades, dependendo do momento da leitura), gostava muito de poder estar num jardim cuja entrada tem 4 esculturas representando as estações do ano, onde pavões se esgueiram entre flora caleidoscópica e, sobretudo, onde se ergue um templo de livros.
E escrevo por impulso, o medo, a vergonha ou o arrependimento que venham depois, se vierem.
A ridícula verdade é que amanhã gostava muito de poder ir a uma biblioteca mas não posso.
E isto deu um texto.
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