Escrevi em tempos sobre o tempo dentro do tempo. Aquele segundo que dura um pouco mais que um segundo. Pude comprová-lo. Olhando um relógio e os três ponteiros que o torneiam, cada um ao seu ritmo. Pois calhou que a dada altura, o ponteiro dos segundos, no preciso momento em que lhe pousei os olhos, ele se demorou um pouco mais. Imperceptível quase, mas real. Uma pausa na engrenagem disto tudo. Poderá ter sido impressão, ilusão de óptica. Mas pouco importa. A percepção ainda é a medida correcta de avaliarmos a realidade. Ou melhor, a realidade é o que nos dita a percepção. No fundo, somos escravos da nossa leitura das coisas.
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