escrevi há muitos anos
um texto sobre um homem que olhava da rua para uma janela iluminada
o que via era uma silhueta de alguém a escrever
e logicamente
o que esse alguém escrevia era sobre um homem de gabardina que ele via pela janela do outro lado da rua junto à esquina
e eis-me aqui
à janela
ou na rua
a olhar
ou a escrever
e isto não acaba nunca
como a serpente que devora a própria cauda
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