dia 118

o quadro empoeirado retratava um mar de tempestade à volta de um homem abraçado a um pedaço de madeira
ondas gigantes desabavam e todo o céu estremecia

pergunto-me se o náufrago afinal não seria marinheiro
e o frágil pedaço de madeira uma jangada
e todo ele uma armada domando o oceano e os ventos

porque o meu medo não tem de ser o dele
mas talvez os nossos sonhos sejam os mesmos


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