as máscaras sem rosto por trás
espectros cujas danças projectam grandes sombras sobre a praia
todo um estremecer de tambores a chamar uma chuva que já não cai há séculos
o mar inanimado sem lua nem vento
passeiam-se os cães que farejam o próprio tempo
como se este escapasse a cada alento
não há mais nada a fazer que não seja contemplar a grande fogueira onde os poemas ardem
e verso a verso semear uma chama na madrugada
até que o dia nasça forçado por tanta poesia incendiada
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