recordas um verso teu ao qual te afeiçoaste um pouco mais do que a outros
o que é a poesia senão o silêncio que se diz
e fica claro que já não sabes de onde veio nem nunca o soubeste
tatuaste-o num dos muitos cadernos que foste semeando por aí
e num dia
num reencontro
decidiste partilhá-lo
agora
qual memória antiga
vais revisitando-o ocasionalmente
como a língua que procura
de vez em quando
aquela pequena fenda no céu da boca
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