quando não estás
escrever para te ter aqui
outros tê-lo-ão gravado já, mas nada é novo, tudo é memória e o que parece novidade não é mais do que aquilo que já esquecemos
escrever, portanto, para te ter aqui
mesmo se te tenho na lembrança do corpo e no vazio das minhas mãos, mesmo se estás leve por entre o meu olfacto ou no sorriso aberto que se me tatuou nos olhos e na alma, mesmo se vagueias profunda nos ecos do meu escutar e me dizes coisas, as tuas coisas,
mesmo se te tenho na lembrança do corpo e no vazio das minhas mãos, mesmo se estás leve por entre o meu olfacto ou no sorriso aberto que se me tatuou nos olhos e na alma, mesmo se vagueias profunda nos ecos do meu escutar e me dizes coisas, as tuas coisas,
escrever para te ter aqui quando não estás e deixares de não estares em lado algum
pois escrever levar-te-á por todas as leituras fora, daqui ao infinito da voz humana
semear-te nas palavras para que te colha em todas as eras e em todos os silêncios e todas as ausências,
pois escrever levar-te-á por todas as leituras fora, daqui ao infinito da voz humana
semear-te nas palavras para que te colha em todas as eras e em todos os silêncios e todas as ausências,
fazer do meu rumor atabalhoado a minha promessa solene de escrever para te ter aqui
quando não estás
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