dia 168

o que ele dizia parecia não fazer sentido
afirmava veementemente enquanto emborcava mais uma bebida

os meus poemas vivem assombrados pelas palavras que lá não meto
insisto em escrever outra coisa do que aquela que me é ditada
não cedo à tentação

talvez eu tenha perguntado porquê
ou não
não sei bem
mas ele continuou

não queiras saber porquê
uma razão nunca foi motivo válido para o que quer que fosse
uma razão é uma desculpa disfarçada
e uma desculpa é o mais inócuo dos versos
vem nos livros

que livros perguntei eu antes de cair bêbado no chão

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