faço o que posso

um cão ladra para lá do negro da janela
sei que faltas cá tu
que o amor não é uma ciência exacta
é antes uma paciência exacta
uma dedicação que uma força tem por nós
um alento que se nos sopra em silêncio
e cujo arrebatamento é a força maior que um verso pode suster

o cão já não ladra
e ainda assim por obra de não sei que fantasma
sei que todavia faltas cá tu
e a paciência exacta que o amor é
prevalece a força maior que um verso
(ou dois)
pode suster

faço
por isso
o que posso.

2 comentários:

Isabel Duarte disse...

Muito bonito, Filipe. A Marta tem razão: o Filipe escreve bem. Definitivamente.

Anónimo disse...

Obrigado!

Filipe