Vais caminhando com o teu silêncio que se adensa. A rotina é uma teia subtil de hábitos vazios. Vais-te enredando, enredando, enredando. E quando, devido a súbito espasmo de introspecção, te dás conta do emaranhado, verificas que a teia é bem mais resistente do que julgavas. Resta-te o múrmurio dos sonhos que vais queimando dentro de ti, mas é pouco. Dizes para ti, "acorda", mas estás naquele limbo em que sabes que só acordas se te lançares em queda livre.
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