Inception

Fui ver o Inception. Interesou-me, claro, o desvendar do mistério, de saber no fim (e no início e a meio) se os personagens estavam "na" realidade ou "no" onírico. Mas o que mexeu comigo foi uma outra coisa. O sonho como refúgio. Refúgio real, passe o paradoxo. A simulação de um mundo, a fuga do que existe. Os loucos que falam sozinhos estão lá, no limbo. E nós, os "sanos", não nos enganemos, vamos a caminho. Quantos de nós simulam em frente ao espelho uma outra vida? Ou antes de adormecer, ou no autocarro, ou? As simples projecções do que poderemos vir a ser, ou do que gostaríamos de vir a ser.
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