dia 324

dos abismos das coisas banais
por vezes brota um gesto definitivo que não significa grande coisa

talvez por isso as coisas banais carreguem o peso do silêncio
talvez por isso a rotina seja a verdadeira revolução
ser-se indiferente às coisas mundanas
semear as emoções aos poucos num ou noutro esgar dissimulado

o grande grito adiado para as noites de luar
os uivos para as tardes ébrias de sábado
os gemidos para as ressacas épicas de domingo
os poemas para as madrugadas infinitas de outono



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