a típica árvore outonal
e o mar por trás
imenso
ondas a despenharem-se contra as rochas cansadas
um insistir que data do tempo antes de tudo
o rugir imparável do oceano
e eu
aqui
escravo de um pasmo tão terrífico
que o que me sobra é um excesso de olhar
como se vomitasse a alma de uma só vez
e ela se perdesse no meio das ondas
deixando a carcaça do meu corpo na praia e o espírito estilhaçado pelos ventos
o que eu descrevo
é o infinito sim
mas é o infinito que acaba constantemente
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