eu bebia café
a manhã era de luz e a preguiça de domingo
e este cenário imaginário desfalece
porque até o que se inventa alguma substância terá de ter para que se sustente
ela não escrevia coisa nenhuma
e o café que bebo sem açúcar nunca mais me soube tão bem como quando o adoçava
nem amanhece e chove sempre num cansaço derradeiro
mas até este descenário se esfuma
pois também ele não carrega uma voz dentro da voz
ela não escreve é certo
mas o café puro e negro conquistou-me
e as manhãs são tardes onde o corpo repousa
o sentido disto é o de sempre
um verso de cada vez
um verso
por cima do outro
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