Recordas a tal metáfora poderosa que te contaram um dia: há em África, uma espécie de árvore cuja ramagem é tão densa, tão densa, que mesmo ao sol do meio-dia, por baixo da sua sombra, quem olha para cima, parece ver o céu estrelado na noite, pois a única luz que passa pelas folhas e ramos, são pequenos pontos brilhantes quais estrelas nocturnas.
Claro que o poder da lembrança não chega ao poder da metáfora em si, que a não conheces na sua forma original, mas só a ideia te arrebata. A ideia da metáfora e a ideia de que alguém se lembrou dela e a escreveu. Duas ideias imensas, densas como folhagem da árvore, leves como a poesia.
Por cá, nestas latitudes as ramagens são mais leves.
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