os silêncios a espreguiçarem-se nas ondas dos lençóis, a luz da manhã a inundar de sombra as paredes quietas,
já saíste e a tua ausência contigo,
fico eu e o teu lado vazio ainda morno, impresso na memória da noite já recolhida,
pelo quarto os sinais da tua ida matinal, o pijama, os chinelos, os colares, tudo semeado no acaso do sono interrompido, um rasto de perfume apressado
acordar sem ti e ter-te ainda assim, como quando acaba uma música e nos fica o eco na alma, ficas-me tu no corpo e no cheiro, no desenho tatuado da retina ensonada
acordo por fim e saio também
em casa ficará com certeza o nosso sopro, bailando no deserto humano que deixámos, enfim a sós, sem juízes, sem limites, apenas poesia sem leitor algum
livre portanto
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