Não tenhas pressa. Nem que a tivesses, mas não tenhas. Nisto do luto mandamos muito pouco. Há a conveniência, a decência de ser gente entre gente, mas o que conta mesmo é algo que se passa por dentro. Por dentro do dentro, abaixo de nós, no invisível de tudo. Não tenhas pressa que hás de escrever as palavras devidas a seu tempo. Terás muitas, ou talvez não. Terás as que tiveres e serão as certas, mesmo que atabalhoadas. Não as culpes a elas, culpa o talento que não tens. A seu tempo elas virão e escreverás, como se diz por aí, "o que te vai na alma", porque para já, com o aperto da tristeza e de uma saudade avassaladora, cada palavra é um soluço incompreensível deste lado das coisas e das pessoas. Não tenhas pressa, tal como ela que agora tem todo o tempo do mundo, um jardim imenso e uma calma que na altura certa, partilharás também. Assim o esperas.
1 comentário:
Quando sentimos, exprimir é mais dificil... porque está misturado com emoção... Tudo a seu tempo...
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