famintos de destino

o futuro com o seu avanço subtil sobre o presente
espera o sol oblíquo do ocaso
e enquanto vai sendo
já o teu rumor foi
pois não se agarra um instante nem se colhe um momento
eles derretem e deslizam por entre os dedos

decides que assim é e cismas até ao absurdo
fazes da teimosia uma arte
um capricho que insiste

sabes bem
que condenados há que vão pelo seu próprio pé para o cadafalso
que encaram o destino com fogo nos olhos
pois já viveram mil vidas e morreram mil mortes
nada temem e tudo anseiam
famintos de destino
e às mãos dos deuses sorvem nas linhas da própria sina

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