gerados nas estrelas
na combustão silenciosa do cosmos
num oceano de forças incomensuráveis
na origem do próprio tecido do espaço
e do tempo
resultado de um acaso
seguidor das regras imutáveis da ciência
essa religião caótica cujos dogmas se aniquilam entre gerações
chegar a este momento
a este espaço em branco
é um milagre inexplicável
a poesia é tão só
um eco das explosões celestiais do antigamente
um antigamente tão distante
que tornava impossível a leitura inicial
as letras eram do tamanho das galáxias
e os nosso olhos menores que átomos
o livro não tem grandeza perceptível
os versos são como raios estelares
lançados à velocidade da luz rasgando todo universo
de ponta a ponta
sem início
sem fim
já o escrevi antes
a poesia é o silêncio que se diz
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