Sempre houve manhãs de sábado e de domingo limpas de luz, inundando salas e silêncios. Manhãs frias de inverno, mais até do que limpas, eram límpidas, cristalinas, perfeitas num esboço de pureza, cheias de exatidão, de harmonia. As árvores despidas, erguendo-se ao céu num esforço de seiva discreta e oculta, desenhando sob o horizonte o recorte de ramos e galhos frágeis, voos de aves a espaço, quebrando o azul celeste em veios alados, nuvens muito distantes, pálidas e fugitivas, navegando para outros firmamentos, esfumando-se no longe.
Sempre houve manhãs limpas de luz no inverno, ideais para a contemplação, essa raridade da alma, libertando-a na ilusão, no fascínio, na rendição, na paz e quietude.
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