Por certo foram os silêncios profundos dos cafés desertos que lhe trouxeram paz. Numa mesa, mergulhada a um canto, coberta de sombras, o espírito pôde acalmar. De frente para a saída, vendo o mundo à distância pelas portas envidraçadas, sentia-se repousar. Uma cerveja morna pousada definitivamente. Uma música de fundo a pairar na poalha de luz sombria. Uma folha em branco e uma caneta. Do papel o mar mudo da ausência de palavras, na caneta todo o ruído possível condensado em tinta. E ele ali, entre a possibilidade de poesia e a mais profunda quietude da alvura da folha vazia.
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