Isto de ter um gato. Dou por mim a caçar vultos no canto do olho. A ver se me explico. Mesmo fora de casa, digamos, por exemplo, num corredor de supermercado a escolher bolachas ou cereais, desenham-se furtivos movimentos no canto do olho, movimentos esses que o meu cérebro traduz como sendo o raio do gato a esgueirar-se. Algo impossível naquele momento já que se encontra em casa e eu no supermercado. Mas é isto mesmo de se ter um gato, fica-nos na retina e povoa-nos os instintos. Ter um gato passa a ser um reflexo adquirido. Pavlov terá explicado isto melhor. Fico-me pelos vultos no canto do olho, que me fazem parecer, seguramente, paranóico. Não são lamechices, essa parte é a do mimo e essas coisas todas, falo de algo científico, do domínio da psicanálise, deixem-me em paz. Obrigado.
1 comentário:
Experimenta ser professor e vês que como estás sempre "alerta"...
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