Do fim do mundo

Do fim do mundo.
 
Tiveste a sorte, dada a poucos, de teres pisado lugares limite. Lugares onde a terra acaba e o infinito começa. Claro que tudo isso é simbólico, que o fim e o infinito são noções tuas, presas à fragilidade do ser e a uma certa ideia romântica de que a aventura é tanto física como espiritual.
O limite de ti e dos teus passos é tentado pela alma, pelo salto final para lá da imensidão, antevendo em sonho outros limiares, outros penhascos, outros oceanos infindáveis.
Quando escreves é isso também que procuras, um sentimento de liberdade que te fará perfeito, como se a busca da harmonia fosse uma vertigem constante, um grito de eco imortal, rasgado muito antes de ti e que a tua voz quando nasceu, carregou e carregará até outro vir para o teu lugar.
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