Lira

Seis anos.
Cria-se uma ideia de amor. Não sabemos bem como nem quando nem porquê. Cada um vai sentindo-o conforme o destino o sopra. Uns mais cedo, outros mais tarde. A partir do momento em que se revela, a ideia do amor, apesar de abstracta, tatua-se bem fundo e fica-nos na alma para sempre. Mesmo quando a experiência desse amor se transforma quer em desastres ou desilusões, nos inúmeros rostos que lhe vamos dando e que vamos vivendo, mesmo quando o amor falha com um outro, a "ideia" permanece, e mesmo após esses desastres, desilusões, ou até mesmo traumas, lá no fundo, o amor existe e, de alguma forma poética (real, portanto), vagueia em nós o sonho de ter a sorte de o experimentar à flor da pele, de o reconhecer no sorriso ou no gesto de um outro.
Tenho a sorte de uma Lira ir tocando essas cordas mágicas, fazendo emergir lá do meu fundo, com essa melodia, a tal ideia que tenho do amor, podendo senti-lo também à superfície de mim e para lá de mim, como a explosão silenciosa de uma super-nova.
.

Sem comentários: