Explicar-vos o meu atraso para comigo, ou pelo menos, para com a ideia de mim próprio. As leituras e as escritas. Personagens e histórias deixadas a meio.
No último Auster que li, uma das histórias dentro da história relatava precisamente isso: uma personagem encurralada para sempre numa cave, pois a porta fechara-se e era impossível abri-la por dentro. O personagem que escrevia essa história, ficara sem ideia de como salvar o protagonista que colocara nessa cave sem saída. Ali ficou.
No fundo, no fundo, sou um coveiro. Coveiro das minhas histórias. Não um assassino, pois elas já nascem mortas de dentro de mim, limito-me a enterrá-las no olvido, no tal atraso.
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No último Auster que li, uma das histórias dentro da história relatava precisamente isso: uma personagem encurralada para sempre numa cave, pois a porta fechara-se e era impossível abri-la por dentro. O personagem que escrevia essa história, ficara sem ideia de como salvar o protagonista que colocara nessa cave sem saída. Ali ficou.
No fundo, no fundo, sou um coveiro. Coveiro das minhas histórias. Não um assassino, pois elas já nascem mortas de dentro de mim, limito-me a enterrá-las no olvido, no tal atraso.
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