O teu abandono perpétuo da palavra. Cemitérios de silêncio lavrados com a tua ausência. O que deixaste por dizer jamais será dito. Essa ferida não sara mais, não sara nunca.
O compromisso com o verbo estilhaçado por infinitas páginas em branco. Dos ecos da tua sombra nem penumbra ficou. Nem cinza nem pó. Nem a intenção, essa etérea nuvem que por vezes resiste a tudo, nem ela, esfumou-se no breu derradeiro do esquecimento.
Que resquício de contentamento pode sobrar? Apenas uma promessa quebrada. E é sabido, uma promessa quebrada é o atalho para a loucura. Queda, talvez, uma escapatória: é igualmente sabido, que uma promessa cumprida é, também, muitas vezes, o desvio imediato para a demência.
Se ficar perdido era a sina irremediável, o caminho para a cumprir seria, porventura, irrelevante.
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