As ruínas carregam o eco do passado. Suspender um verso um dia inteiro numa solitária folha de papel, e esperar que o resto do poema se escreva. Em vão. Pode não parecer, mas os ecos são silêncio, são ausência cumprida, são ilusões, sombras de Oniros há muito extintos..
Almas soterradas
Dissemos algumas coisas, mas muitas mais houve que não dissemos. O medo de termos de lidar com algo mais do que os nossos corpos a suarem juntos era terrível. Através do silêncio ofegante da nossa entrega carnal, expiávamos o que havia para expiar, e sabíamos que qualquer palavra pelo meio seria, para além de um tormento, inútil. As nossas almas, há muito soterradas, nada tinham para se dizer.
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Não há milagres
A mente sempre escreveu mais que o punho. É que o punho tem o defeito da matéria e do atabalhoamento. A mente, essa, é divina, executa a perfeição do sonho, a ilusão das ideias e dos sentimentos. O punho quando chamado à lavoura vale-se do possível, enquanto que a mente sorve do impossível. Por isso escrever é tão difícil. Do impossível ao possível vai a distância do talento sim, mas também das leis da física, da matemática, da matéria. Não há milagres.
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Lira
Seis anos.
Cria-se uma ideia de amor. Não sabemos bem como nem quando nem porquê. Cada um vai sentindo-o conforme o destino o sopra. Uns mais cedo, outros mais tarde. A partir do momento em que se revela, a ideia do amor, apesar de abstracta, tatua-se bem fundo e fica-nos na alma para sempre. Mesmo quando a experiência desse amor se transforma quer em desastres ou desilusões, nos inúmeros rostos que lhe vamos dando e que vamos vivendo, mesmo quando o amor falha com um outro, a "ideia" permanece, e mesmo após esses desastres, desilusões, ou até mesmo traumas, lá no fundo, o amor existe e, de alguma forma poética (real, portanto), vagueia em nós o sonho de ter a sorte de o experimentar à flor da pele, de o reconhecer no sorriso ou no gesto de um outro.
Tenho a sorte de uma Lira ir tocando essas cordas mágicas, fazendo emergir lá do meu fundo, com essa melodia, a tal ideia que tenho do amor, podendo senti-lo também à superfície de mim e para lá de mim, como a explosão silenciosa de uma super-nova.
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Cria-se uma ideia de amor. Não sabemos bem como nem quando nem porquê. Cada um vai sentindo-o conforme o destino o sopra. Uns mais cedo, outros mais tarde. A partir do momento em que se revela, a ideia do amor, apesar de abstracta, tatua-se bem fundo e fica-nos na alma para sempre. Mesmo quando a experiência desse amor se transforma quer em desastres ou desilusões, nos inúmeros rostos que lhe vamos dando e que vamos vivendo, mesmo quando o amor falha com um outro, a "ideia" permanece, e mesmo após esses desastres, desilusões, ou até mesmo traumas, lá no fundo, o amor existe e, de alguma forma poética (real, portanto), vagueia em nós o sonho de ter a sorte de o experimentar à flor da pele, de o reconhecer no sorriso ou no gesto de um outro.
Tenho a sorte de uma Lira ir tocando essas cordas mágicas, fazendo emergir lá do meu fundo, com essa melodia, a tal ideia que tenho do amor, podendo senti-lo também à superfície de mim e para lá de mim, como a explosão silenciosa de uma super-nova.
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