Em Serralves, domingo de manhã, fui ver a exposição de Marlene Dumas. Os muros e alguns rostos. Os muros e os rostos da (des)humanidade. É impossível olharmos os quadros sem que a narrativa da realidade nos assalte. E esse assalto leva-nos rapidamente ao absurdo. Dumas não queria propriamente uma leitura política da sua obra, entendo-a, essa leitura daria para todos os gostos, mas a leitura humana é impossível evitá-la. Um muro é uma absurdidade.
Vi também as imagens de luz de Grazia Toderi. Envolvidas naquilo que parecem ser sons abafados de bombardeamentos longínquos, os quadros luminosos remetem-nos mais para um cenário cósmico, de supernovas e bombas celestiais.
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