nadas que esbraseam

em nome das perdas

onde se agarra tamanha angústia
tatuada a ferros quentes de morte repentina
enlutecendo a claridade da alma
fazendo noite onde outrora fora dia?

onde se enraízam tamanhos dolos sulfúricos
na lacagem do espírito
que corroem sem descanso
o nosso súbito pasmo?

os eclipses não se esquecem nunca
mesmo se depois regressa a luz

vão queimando os nossos sonhos
os do sono e os despertos

os vazios não se preenchem
são nadas que esbraseam
no lume das eternas dores
.

1 comentário:

Branca Toledo disse...

Em nome das perdas... bonito.