Manuel Cruz
mergulha-se
e no simbolismo navega-se à flor da alma
contra as correntes e os ventos
ou naufraga-se que no fundo vai dar ao mesmo
já se disse antes
um náufrago não deixa de ser marinheiro
e quem sabe se não é o maior dentre eles
como são poesia os silêncios entre as palavras
ou como é saudade o nó que aperta mesmo antes de se saber do que se sente falta
ou são premonições os sonhos febris nas noites de verão