não sei que perfume esvoaça desses versos que me tatuas no corpo
não sei que dança se curva sobre mim pelos teus gestos silenciosos no escuro do quarto
não sei que língua fala a tua língua na minha boca húmida
não sei que passado foi o meu sem essa ignorância nova
não sei o que não sei
e tudo isso me chega
tudo isso me sacia insaciavelmente
serás a contradição que me faltava
o enigma que me era destinado
e a interrogação que nunca se revelara
com isso, és, no fundo, uma divindade sem quereres, pois da tua costela imaginária moldaste-me à imagem de mim
criaste-me um outro eu, feito de suor e de carne e de beijos e de entrega
resta-me descobrir-me, desnudar-me
esperar para não saber de vez
esperar para não saber de vez
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