sabias dos silêncios escondidos nas esquinas
por lá se encolhem
se contorcem
insinuando sombras
soprando palavras velhas promessas gastas
sonhando o velho amor esquecido
desenhando de madrugada o vulto dela
criando a golpe de crença o perfume de um beijo nunca dado
nunca partilhado nunca escrito
os silêncios escondidos nas esquinas
tricotando a pedra dos passeios
olhando os céus chuvosos
imaginando as constelações todas
uma a uma
cassiopeando
conspirando em versos invisíveis
num poema cuja leitura derradeira
os libertará finalmente
em rima serena certa perfeita
deixando esquinas desertas e solitárias
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