O horizonte (linha imaginária diga-se) está mais ao menos a 5 km de distância de um observador que se encontre 2 metros acima do nível do mar. Curiosamente, para ele, ultimamente essa distância não lhe chega. Parece-lhe que no mundo não existem paisagens suficientemente amplas para lhe levarem a alma. Uma certa claustrofobia assombrou-lhe o espírito. Talvez o espaço, o infinito do universo fosse suficiente. Viu um programa sobre o cosmos em que a explicação do céu ser escuro à noite, advinha do universo se estar a expandir e que a luz da infinidade de estrelas existentes ainda não tinha tido tempo de nos chegar. E como o universo se continua a expandir, ainda mais tempo demorará para que toda essa luz cá chegue. Uma questão de tempo portanto. Se houver tempo (sabemos que não haverá que chegue) a luz de todas as estrelas chegaria ao nosso céu, e quando a nossa estrela se poria no horizonte, o céu estrelado da noite sê-lo-ia totalmente. Imagine-se isso, um céu nocturno a luzir por todo, não uniformemente mas como que coalhado de luz derramada pelo firmamento. Aí sim, teria horizonte que chegasse para lhe lavar a alma. Até lá, 2 metros acima do nível do mar, sem obstáculos pela frente, tem 5 km para respirar.
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