A arte de não esquecer nunca

Percorri a livraria em tua busca. Algo que tivesse os teus olhos ou, pelo menos, uma simulação deles. Sondei a ver se a tua sombra descansava numa qualquer estante. E então aconteceu. Vi-te, de azul, na capa de um livro, o teu nome impresso num fundo branco, ligeiramente subido ao mesmo tempo que tombava. Não sei explicar melhor a não ser que eras tu. Comprei o livro. Será teu. Nosso portanto. E ao afastar-me da livraria já com o livro comigo, soube que estás em muitos sítios para além de ti e de mim, que o mundo te semeou e espalhou pelo seu infinito. Que me aconteça de tudo, menos perder o conhecimento de te encontrar em tudo o que vejo, nem que seja para me doer a saudade. O amor é a arte de não esquecer nunca.

1 comentário:

lira disse...

Gsti*