a voz que dita por dentro

um retiro sobre cinzas
qual exílio de mim próprio

a fuga do chão já pisado para um outro caminho

dos sedimentos acumulados na gruta da alma, existem poeiras de uma cumplicidade e sombras de gestos desenhados por um carinho que se cumpriu

talvez sol e sal possam cobrir tudo isso e dos meus olhos outra foma de ver nasça

talvez lutando contra o adiamento dos versos consiga encontrar-me definitivamente

certo é que o silêncio habita cada palavra que não escrevo
e das que escrevo o ruído é levado pelo mar
pois sou filho dessa voz que dita por dentro

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