um verso nunca é solto em vão

Não resta muito mais senão escrever. Nunca restou aliás. Não se trata de abandonar o mundo, a escrita é, até, a única forma de cá ficar. O exercício não é abstrato, trata-se, de facto, de comungar. O esquecimento será a maior força de todas, no futuro, quando o universo estagnar no morno silêncio da eternidade, será o eco das palavras escritas o solitário ténue rumor resistente. Sim, mesmo esse cessará eventualmente, mas havemos de crer que um verso nunca é solto em vão.

Sem comentários: