a pausa e o silêncio

o mar de pequenos nadas

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foi dito e é sabido que existe no universo mais espaço vazio do que preenchido entre os átomos e as moléculas os elementos e em todo o infin...

por vezes

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por vezes a estrada estende-se para lá da própria solidão como se o caminho sorvesse quietude até que sobre somente um esquecimento do que f...

o obituário adiado

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ao passares junto ao portão de ferro do cemitério espreitaste lá para dentro a medo e viste nesse jardim de silêncio campa sim campa não as ...

o homem da paragem

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já o tinha visto algumas vezes mas hoje pela primeira vez decidiu falar sozinho enquanto o autocarro não chegava à espera na paragem estava ...

partilha

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curiosamente enquanto a tarde se derramava lá fora e os dois bebíamos há várias horas junto à janela partilhaste um sonho que tinhas tido na...

o ventríloquo

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na ânsia de teres coisas para dizer perdes o rumo ou descobres que afinal nunca o tiveste que no fundo o caminho já lá estava que as rotas n...

só e vazio

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reencontrar a voz ou pelo menos o rastro os indícios que invariavelmente tudo acaba por deixar nada existe sem semear um eco uma ruína um te...

até que cronos se esgote

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surge a ideia e esculpes o que podes através do mármore alvo do silêncio esperas em breve naquilo que julgas ser um gesto final passar as mã...

 duologia

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I nesses lugares gastaram-se as palavras todas largos desenhos de gestos vazios e olhares distraídos a chuva caindo sem parar o silêncio pro...

uma mulher

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meses sem escrever a rotina tinha vencido várias batalhas empurrando-a para velhos vícios de sestas e vinho e cigarros à janela os homens qu...

a metáfora

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desceu à rua como habitualmente cumprindo a rotina velha de mil manhãs passadas comprou o jornal e foi sentar-se num banco de jardim do mund...

os lugares dos silêncios

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os bolsos profundos de casacos que não vestes mais gavetas que não abres e o interior do carro em dias de trânsito e chuva as lembranças de ...

indigno de amanhecer

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houve um tempo de manhãs consumadas de um lento acordar onde o corpo despertava antes de tudo o resto sobre a cama os rumores da noite anter...

onde a poesia expira

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que luto pode caber num livro ou que silêncio num outro silêncio quando madrugadas há que não terminam nunca de amanhecer estas coisas espal...

o cego

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a imagem terá o seu simbolismo e como uma aparição revelou-se inesperada era um poeta cego erguendo uma tocha para quê se era cego perguntou...

o personagem

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o céu e nada mais que ele se anuncie numa tempestade final e usar estas frases como lema nem que seja a fazer de conta que isto de simular u...

nunca leio o que escrevo

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faz do gesto algo perfeito como um acorde de piano exato numa madrugada ou uma onda de inverno numa daquelas praias infinitas lentamente no ...

insónia

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há a possibilidade de todas as coisas e a impossibilidade de coisa nenhuma escorre das paredes um musgo primordial um magma do tudo por cheg...

excesso maior

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fosse eu um desses lobos do mar que o sol queima e cuja pele é esculpida de ondas e sal negro onde no lugar dos olhos habita o oceano inteir...

atalho

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a mesma velha história de calares de te esvaíres em sombras no lento correr dos dias no desvanecer das noites no derramar sereno das madruga...

alguém

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viste um solo lunar queimado pelo frio e pelo silêncio mudez petrificada um esforço derradeiro de seiva e lava que hibernou desde que o temp...

um verso só

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falou até o verão ser uma palavra inteira não hesitou quando confrontado entre a possibilidade de poesia ou de silêncio explicou tudo até ao...

pertença

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teres vertigens nos olhos e saber que a espera é o perfume do outono que na melancolia conhecida dos poemas jaz o verso abandonado numa imen...

o resvalar do tempo

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no aperto de se ser deserto na quietude de um dia solitário o teor das coisas sabe melancolicamente a pouco as ruínas carregam ecos do passa...

famintos de destino

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o futuro com o seu avanço subtil sobre o presente espera o sol oblíquo do ocaso e enquanto vai sendo já o teu rumor foi pois não se agarra u...

regressos

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o vulto que vamos sendo na silhueta que nos calha vai roendo o murmúrio que arde furtivo e lavra por dentro e quando a poesia não chega ela ...

Delírio

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Entrou decidido e sentou-se à minha frente. Não o reconheci. Começou a falar enquanto eu bebia a última cerveja. Já antes dele entrar, essa ...

de novo

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vamos de novo meu amor falar-te do assombro que há mil noites despontou quando te vi pela primeira vez esse mergulho para lá de mim numa sed...

polaróide

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enquanto o meu café inverna definitivamente os corvos esses pássaros enlutados soluçam pela manhã a preto e branco

antologia

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sobra pouca coisa da tua poesia revisitaste os cerca de seiscentos e oitenta poemas dos últimos trinta anos voltaste a eles com a sede de se...

desígnio

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meu amor no silêncio sigo-te quieto e no escuro sem ver vejo-te ainda assim como se o teu desenho se revelasse por entre a penumbra e a silh...
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