a pausa e o silêncio
ainda não acabei
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Não lamento palavras São o meu alimento Manuel Cruz mergulha-se e no simbolismo navega-se à flor da alma contra as correntes e os ventos ou ...
o que sobra
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disse-me que desconfiava que seguramente eu tinha escrito naquele dia derradeiro que conhecendo-me não seria possível que eu não tivesse esc...
um poema estava escrito
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e a voz dela desceu como o sol nas tardes intermináveis de outono feita de veludo e de abraço felino um afago com acorde de piano de pé olha...
a sede
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bebe até a sede voltar uma e outra vez como uma obsessão e onde saciar é o verbo definitivo e também impossível uma sede que não se mata e q...
a solidão
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num dos inúmeros inícios quando os primeiros seres se refugiavam em cavernas pintavam o universo nas paredes tatuavam com lama carvão e sang...
quiromante
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o que pareciam ser vales imensos eram tão só rugas na mão de um gigante por esses desfiladeiros errou o poeta durante mil ocasos e mil auror...
o acordo tácito da poesia
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talvez tenhamos que rever a idade das coisas recontar cada instante de novo acautelar instantes que se nos tenham escapado e fazer as contas...
em que
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encerremos cubramos com um véu ou manto este horizonte inalcançável deixemos que se extinga o suspiro do cansaço e do abandono que o mar se ...
pelos versos que escrevo desde sempre
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é sempre assim no limite da noite naquele momento que passa a instante no lugar ligeiramente ébrio das coisas é aí que aqui chego e chego in...
tu
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em tempos demorei-me no teu pronome resvalei por essa silaba em tua busca com a sede toda do meu amor por ti disse-o em voz baixa na sala si...
nos silêncios densos da solidão
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então fazes escala entre palavras voas nos silêncios densos da solidão e aí quando não há alma que se aviste e somente o eco quieto do aban...
foi preciso
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ao silêncio do qual nunca saíste chegaste uma noite sem o saberes foi numa madruga precisa de solidão em que o teu cansaço venceu e desmoron...
Confrade
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Da gratidão. Ao Douro, essa " beleza absoluta", às suas gentes e ao Vinho, ao do Porto em particular, o melhor de todos. À família...
reencontro
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pela manhã quando faz sol e é feriado ou domingo noto que as gaivotas gostam de repousar na relva das rotundas pequenas passo e contorno e e...
perguntas
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por onde andam os gestos e suas sombras resvalam eles pelos beirais da rotina sorvidos pelo tempo e a apatia? revelam-se numa manhã silencio...
rumo
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caminhar de esquecimento em esquecimento até nada lembrar caminhar sempre para que a memória desista para que o passado se esfume e pela fre...
geografias
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entre cada verso o silêncio definitivo vencido uma e outra vez até nos calarmos todos lá longe no infinito palavra grito grunhido uivo saliv...
a tua ilha no meu mar
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a tua ilha no meu mar curva num horizonte sem lua erguida como a encosta de um rochedo teu sono e meu velar no silêncio das falésias definit...
cama desfeita
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a cama desfeita de hoje que na realidade é da véspera e da qual te esqueceste virou poema
prática
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é simples esperar que um pouco de solidão chegue (e ela chega sempre) ouvir o que te dita a noite (é fácil quando o silêncio impera) e deixa...
surrealismamente
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move-te pela noite até amanhecer o teu cansaço e na praia o vento chamar-te pelo nome secreto com que te batizaste na véspera cai no manto d...
o espaço é
tão tanto
e o tempo é
tão nenhum
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do teu cimo ao teu chão o espaço e o tempo são líquidos porque o olhar percorre tudo isso num vislumbre já as minhas mãos demoram-se no cami...
arde o próprio ar
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arde o próprio ar por dentro do fôlego e do sopro relembrando a fornalha primordial e os grandes incêndios cósmicos transpira-se pelos poros...
também vou sendo
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o que fazer com isto? com este eco primordial a desfocar levemente as coisas quando o olhar se atira ao longe como uma interferência no ecrã...
epílogo
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alega o teu silêncio dá-lhe o lume brando das velas afaga-lhe o calor e o lento passar do tempo escreve-lhe versos argumenta a tua solidão d...
entre o fado e a morna
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entre o fado e a morna procuro o acorde do início bebo sozinho e espio a tua fuga sou guardador de nadas de sopros e de sombras mestre de co...
sabores
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provei o silêncio e descobri aí que o suor das noites de verão não sabem ao mesmo que as lágrimas doces do teu rosto
um pouco nossas
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para a Ana Filipa e os seus são sempre também um pouco nossas as avós dos outros e quando uma parte parte de novo um pouco da nossa porque o...
nem delas mesmas
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Revisitar antigos sopros, escutá-los com atenção. Reencontrar as ideias gastas de um outro tu. Iguais, imutáveis, paradas no tempo e no mome...
Tim Maia
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Existem ecos que guardaste nas gavetas, coisas diversas que foste esquecendo. No silêncio dos dias lentos, elas rangem dentro das cómodas do...
o outro eu
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regresso à solidão no subtil suspiro do respirar regresso à quietude definitiva do espírito o mergulho no corpo e o voo da alma a queda impa...
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